sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Feijoada.

Feijoada.
Brasil combina com uma série de coisas: samba, cerveja, caipirinha, praia, churrasco e... feijoada! No caso do Rio de Janeiro, a feijoada tem especial destaque às sextas e sábados, dias em que mais facilmente vê como destaque em promoções ou pratos do dia. Obviamente que também se pode comer feijoada nos outros dias, mas é normalmente naqueles dois que se pode abusar :)
A feijoada acompanha geralmente com rodelas de laranja, couve mineira, farofa, torresmos, arroz branco, feijão preto com carne seca, linguiça e outras (costela suína salgada e/ou defumada, barriga, língua, são apenas algumas das possibilidades). Em alguns locais também pode vir acompanhada de banana frita, aipim e batatas igualmente fritas. 
E para beber? Bem, cada um bebe o que quer, mas normalmente não falta a capirinha!
Bom fim-de-semana!


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Natal carioca.

O Natal chega cedo no Rio de Janeiro: em Outubro já se vêem árvores de Natal bem recheadas de cor e luz em algumas lojas da cidade. Confesso que é um pouco estranho ver os enfeites de Natal ainda misturados com as vendas das vestimentas e acessórios de Halloween, mas sobrevive-se.
Para mim, Natal será sempre associado a frio - afinal, dizem que o Pai Natal vem lá da Lapónia, onde a neve e os ventos gelados não o deixam esquecer da época em que terá de viajar. Natal será também época de cor, luz e brilho, dentro e fora de casa. Nos vários condomínios da zona Sul do Rio, pelo menos, vemos árvores enfeitadas, bem como outros elementos que não nos deixam esquecer que estamos próximos do Natal. Contudo: e as ruas? Infelizmente não as vejo enfeitadas - ou, no caso das que o estão, nada têm de comparável com o que vemos em Portugal ou em cidades europeias, por exemplo. Recordo que em Santiago do Chile já vimos algumas ruas com o brilho das luzes de Natal, mas, no caso do Rio, confesso que nunca me dei muito conta disso ao longo destes quase 2 anos e meio. E tenho pena!
Os hábitos de Natal aqui também são muito diferentes dos nossos, em Portugal: há a tradicional venda de bacalhau e frutos secos, mas o mais parecido que se tem do bolo-rei são os famosos "panetone", fruto da tradição italiana. É igualmente comum que algumas empresas ofereçam aos seus funcionários uma "cesta" com vários produtos alimentícios, incluindo o referido "panetone" - que também vemos em Portugal, mas não associamos tanto ao Natal.
O "panetone" pode ter sempre diferente: frutos secos, doce de leite, pepitas de chocolate, etc.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Água.

Avizinha-se o Verão e com ele o intenso calor! Não é à toa que os cariocas apelidam os meses de Janeiro e Fevereiro de "Inferno": a sensação térmica facilmente ultrapassa os 40 e muitos graus. É por isso natural que aumente igualmente o consumo de bebidas, sejam elas alcoólicas ou não. No caso concreto da água, é bastante comum que se comprem galões ou garrafões de 20 litros de água - não apenas porque é mais prático porque o galão é substituído quando vazio, mas porque é muito mais barato do que consumir garrafas de 1,5litros (os garrafões de 5 ou mais litros não são facilmente encontrados). 
Galão de água convencional e suporte - normalmente, os mais básicos têm apenas uma torneira e não são eléctricos. 
Há quem utilize filtros de água, outros utilizam aparelhos eléctricos mais sofisticados e que refrigeram a água, porém há quem recorra aos mecanismos mais simples: suporte + galão de água. Por norma, compra-se o suporte (cerca de 20 reais) e vai-se encomendando a água à medida que o galão fica vazio (um galão de 20 litros custa, em média, 15 reais). O novo galão de água é normalmente trazido nos triciclos de que em tempos já aqui falei.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Comparações.

Foto retirada da Internet.
Há situações que não são comparáveis. No entanto, há uma em que penso regularmente e que me faz recuar aos tempos em que vivia na Bélgica: respeito pelos sinais do semáforo. Recordo o dia em que quase fui presa porque resolvi atravessar a passadeira com o sinal vermelho para peões - não via trânsito, por isso o fiz. Foi um "espectáculo" tão grande, envolvendo polícia, sirenes e sermão que durante anos não ousei cometer a gaffe em mais lado nenhum - Portugal incluído.
Ora, mas entretanto chego ao Brasil. E o respeito pelos semáforos não é igual em todos os locais. Por isso: muito cuidado, pois estar sinal vermelho para peões ou condutores não deve ser sinónimo de transgressão (ok, infelizmente voltei às transgressões de peão...).


sábado, 5 de dezembro de 2015

Se conduzir, esteja "sequinho"!

Lembro-me de grande aparato na rua: reboques, veículos da polícia, mini tenda montada, várias pessoas com o mesmo uniforme, policiais e gente em cadeiras de roda (cadeirantes). Vi este cenário inúmeras vezes - algumas delas, junto à porta de casa - e, na maioria delas, ao fim-de-semana. Trata-se da fiscalização "Lei Seca", instituída no Brasil em 2008, com o objectivo de reduzir o número de acidentes provocados por condutores embriagados. 
Um dos veículos que costuma estar presente nas acções da "Lei seca".
Saibam que a tolerância é zero e que, desde a sua criação, a iniciativa tem vindo a endurecer as formas de penalização dos condutores infractores: actualmente, o condutor que ingerir qualquer quantidade de bebida alcoólica e for submetido à fiscalização de trânsito está sujeito a multa no valor de R$ 1.915,40, e à suspensão do direito de conduzir por 12 meses. Em caso de reincidência o valor da multa será dobrado. O condutor que se recusar a fazer o teste poderá ser autuado se apresentar um conjunto de sinais que configurem a ingestão de bebida alcoólica - sonolência, vómito, odor de álcool no hálito, agressividade, arrogância, exaltação, ironia, dificuldade no equilíbrio, fala alterada, entre outros. Se o indivíduo fizer o teste e a concentração for maior do que 0,34 mg/L, também será considerado crime de trânsito e o agente o encaminhará à autoridade policial. No caso do crime, previsto no art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro, o condutor é encaminhado à delegacia e a pena é detenção de seis meses a três anos, além da multa, e suspensão do direito de dirigir (fonte: http://portaldotransito.com.br).

Pessoalmente creio que esta é uma das medidas que realmente funciona por aqui: não há tentativa de suborno que funcione! Por isso: se conduzir, não beba! Se beber, peça um táxi!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

"Mãe" Vitória ou "pai" Cláudio.

Desde cedo que ouvia falar da ligação do Brasil ao mundo esotérico. Esoterismo ou religião, a verdade é que sou muito céptica - nem sempre isso me é favorável. Recordo que, em 2013, estava eu a atravessar uma passadeira e fui abordada por uma senhora que me perguntou se queria "botar búzios ou cartas?" Agradeci, mas disse que não. Confesso que me perguntei: "caramba, será que a senhora tem poder de adivinhação?" Preferi pensar que tinha sido apenas uma coincidência e não mais que isso.
Pequeno papel dado na rua.
Enfim, o tempo foi passando e rara é a vez em que não se encontra larga oferta de soluções milagreiras traduzidas em jogos de cartas, búzios, banhos e afins. Respeito. Tanto respeito que, por curiosidade, acedi a que uma "pseudo" entendida na matéria e minha conhecida me "jogasse as cartas". Nem vou alongar-me, porque já devia ter previsto o desfecho: arrependi-me mal passei a porta da saída!
A verdade é que é impossível ficarmos totalmente alienados desta realidade, quando esta espiritualidade (não sei se é o nome mais correcto!) está presente em todo o lado: nas lojas de vendas de artigos católicos vendem-se igualmente os acessórios para se fazerem "arranjos" e descarregos; nas ruas não faltam mensageiros de Felicidade garantida ou Amor duradouro; ou até, na televisão, não faltam as tristes notícias de mais um apedrejamento de simpatizantes de candomblé (para muitos, associado a feitiçarias).

sábado, 21 de novembro de 2015

Cidadania Portuguesa?

Aqui no Rio de Janeiro é comum encontrarem-se descendentes de Portugueses: filhos, netos ou bisnetos. Quando se troca meia dúzia de palavras com alguém que nota o sotaque "diferente" que possuo, a conversa vem à baila: "Você é Portuguesa? Já estive em Portugal / Meu pai é Português / Quero muito ir a Portugal / ..." Claro, também há alturas em que a conversa nem sempre corre bem, mas retomemos o foco: as origens Portuguesas. Existem algumas possibilidades de obtenção da cidadania Portuguesa, uma delas é o facto de se ser descendente de Portugueses. 
Um destes dias participei num evento bem simpático, onde proliferavam ideias novas, produtos bonitos e comida saborosa. Depois de dada a voltinha da praxe para sondar os expositores, escolhi um produto para testar. Dirigi-me ao espaço, fiz o pedido e fui atendida de forma simpática. Contudo, a dada altura dou-me conta de que o colaborador que me atendia estava muito preocupado em encontrar palavras para me saudar, para me agradecer, para me perguntar se tinha nota mais pequena. Ele sorria, mas mostrava-se nervoso, oscilando entre o Português, o Espanhol e o "Portunhol". Com os meus botões, pensei: "querem ver que esta criatura  ainda não percebeu que eu TAMBÉM falo Português?" Entretanto as minhas feições foram passando de "simpática" a "tensa" pois se há coisa de que não gosto é de gente ignorante (sim, isto que aconteceu foi ignorância!). Começámos a conversar enquanto o meu pedido era preparado. Ainda numa língua que nem o próprio já não sabia qual era, faz a pergunta-chave: "De onde você é?" "Portugal", respondi. Bem, tentando a graçola, o moço responde: "Ué, então por que estou falando com você em Espanhol?". Óbvio que lhe respondi - de forma mais educada do que me apeteceu: "O senhor é que sabe". Conversa puxa conversa e ressaltaram algumas conclusões ao que se seguiu:
- o senhor dizia ter passaporte e "carteirinha" Portuguesa. Eu explico: não é "carteirinha", criatura! Chama-se "cartão de cidadão" e está escrito no próprio documento.
- o senhor disse que obteve a nacionalidade porque o avô era Português do "interior de Portugal." Sim, mas a criatura não sabia nem o nome da aldeia do avô!
- o senhor disse que já tinha estado em França, Holanda, Inglaterra, Espanha. Ok, Portugal serviu mesmo "só" para a obtenção de nacionalidade e para depois poder usufruir de todas as vantagens de se ser cidadão europeu, não é?

Começo a achar que conceder a nacionalidade "ad hoc" é demasiado redutor.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Circulando, circulando.

aqui falei de como nem sempre é fácil gerir a emoção quando se anda de transporte público. Todavia, poderia acrescentar que quem fala em transporte público, fala em transportes, em geral. Eu confesso: tenho medo de andar de automóvel no Rio de Janeiro. Não se pense que sou medrosa, mas há coisas que, não dependendo de mim, me fazem mais receosa do que me rodeia: ultrapassagens pela direita, desrespeito pelas prioridades, desrespeito pelo sinal vermelho - desrespeito da parte de automobilistas e peões, leia-se! -, circulação em sentido oposto ao permitido (sim, já vi, ainda que uma só vez). Ah, não esquecendo - claro - os excessos de velocidade, as travagens em cima do condutor da frente ou, no caso dos motociclistas, a não utilização do capacete.
Não será de estranhar, como está bom de ver, que todos os dias se vejam cenários como o da foto. Alguns com feridos e/ou mortos, infelizmente.
Não se estranhe algo que também já presenciei várias vezes: os bate-boca entre automobilistas. Sim, ou porque ultrapassou sem dar sinal, ou porque fez isto, ou porque fez aquilo. Houve uma vez em que os motoristas dos veículos ligeiros encostaram as viaturas e depois se dedicaram a "acesa" discussão, com ameaças físicas para ver quem seria o mais forte.
Portanto: "quem avisa, vosso amigo é".
Neste dia não estava ninguém a passar no local. Foi na esquina de casa, pouco antes de sairmos para o trabalho.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Medos.

Todos nós temos pequenos ou grandes medos. Sejam de cariz mais familiar ou individual, a verdade é que, mesmo podendo não ser medrosos, há situações que nos podem fazer gelar.
Depois de 2 anos de Rio, a verdade é que há um medo (não no sentido mais dramático da coisa, mas ainda assim) que se tem vindo a intensificar: o dos assaltos. Já presenciei vários pequenos furtos, já fui eu própria vítima de uma tentativa de furto, mas, a verdade é que o facto de que toda a bendita semana haver  mais um assalto a ônibus, a pedestre, a ciclista, arrastão na estrada me faz perguntar: até quando tudo isto? Enfim, um sem número de situações que o nosso pequeno país à beira mar plantado também tem, mas que ainda assim não me parece que seja de carácter tão regular. 
Hoje foi mais um dia com meia dúzia de assaltos com armas, em plena luz do dia, em horário de trabalho e em zonas de grande fluxo de pessoas. Alguns destes assaltos resultaram em mortes. Todos, acredito, resultaram em grandes sustos e temores. O facto de nos apontarem uma arma - seja ela ou não de "brincar" - tem tudo de assustador: não sabemos se efectivamente vão disparar. Além do medo de eu ou alguém próximo poder ser alvo de assalto, assusta-me também a ideia de que poderemos ser vítimas de balas perdidas - algo muito comum por aqui!
Não, Rio de Janeiro não é cidade em guerra civil. Mas, às vezes parece!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Refeições: as quentinhas.

Para quem já esteve no Brasil, mais concretamente no Rio de Janeiro, sabe que proliferam os restaurantes de comida a peso. Outro dos fenómenos que também é muito comum é o das "quentinhas" (marmitas). Trata-se de pequenas porções de comida levadas pelos trabalhadores brasileiros em potes ou embalagens metálicas, às vezes de forma improvisada, e também é o nome das refeições servidas nas prisões brasileiras (via "wikipédia"). Não raramente se vêem carros na rua a distribuir as "quentinhas" aos vários trabalhadores da zona, que os mesmos pagam a um preço muito mais reduzido do que o comum nos restaurantes. Nalguns casos, há quem chame também "quentinha" à refeição que não se consome na totalidade no restaurante e que se pede para guardar e levar para a viagem (para casa).

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Unhas para que vos quero.

Não tinha essa noção, mas no Rio é muito comum ir-se todas as semanas ao "salão" (nome por que é conhecido o cabeleireiro com ou sem manicure/pedicure), mais concretamente ir arranjar as unhas. Talvez isso também aconteça em Portugal, mas eu não me incluo no rol, portanto não tenho grande conhecimento de causa.
Lembro-me da primeira vez que quis arranjar as unhas cá e houve cinco aspectos que me chamaram a atenção: 

  1. há pessoas nas ruas a interpelarem os potenciais clientes com pregões ("salão, querida (o)?");
  2. acção "piloto-automático" dos trabalhos realizados pelas várias profissionais; 
  3. talão emitido pela manicure e que a cliente entrega no momento de pagamento, no caixa (parece-me que muitas destas manicures são "freelancers" e o papel serve para controlo das comissões a regularizar no final do dia de trabalho); 
  4. pergunta "tiro a pontinha?" (na verdade, "tirar a pontinha" é limpar um pouco da ponta da unha, fazendo com que o verniz dure mais, já que é a partir dali que normalmente a unha começa a descascar); 
  5. por fim, mas não menos bizarro: pintarem-me a cabeça do dedo sem dó nem piedade. Na verdade, o que depois se faz é limpar com pau de laranjeira e, obviamente, acetona, tudo aquilo que não é unha :) E sim, fiquei com as unhas impecáveis, apesar do susto :)
Portanto, quando estiverem por cá, não estranhem estes factos :)

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Olhares intimidatórios.

Gosto de ir ao supermercado com lista previamente feita e, sempre que possível, com preços comparados. No entanto, gosto igualmente de me deter junto às gondolas e verificar os preços, rótulos, validades e demais descritivos. 
Ora, quem habitualmente tem necessidade de recorrer aos convencionais supermercados da zona sul do Rio de Janeiro, sabe que existem figuras incontornáveis: os seguranças/vigilantes. Estas figuras serpenteiam por um e outro corredor, passando pelas frentes das arcas congeladoras, até à zona de saída com compras. Como não poderia deixar de ser, podem (tentar) imaginar a quantidade de vezes que as ditas personagens se movimentaram para perto de mim, sempre que me demoro mais um pouco a analisar os detalhes dos produtos...

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Será "apenas" uma questão de seios?

Em 2013, quando cheguei ao Rio houve uma polémica a propósito da liberação ou não do topless nas praias do Rio. Pois, exactamente: eu pensava que essa questão nem sequer era debatida, porque, para mim, cada mulher teria a liberdade para escolher o que fazer do seu corpo. Bom, mas não é isso que se passa por cá, uma vez que a prática de topless contraria o Código Penal, que “condena atos obscenos em locais públicos”.
Foto retirada da internet (autor desconhecido).
Ultimamente não tenho ouvido discussão sobre a matéria - talvez porque ainda não estamos na verdadeira época alta e de verão-, mas recordo, no entanto, que na altura da discussão do assunto, fez-se um apelo através das redes sociais para que as mulheres a favor da "despenalização" do topless aparecessem na praia de Ipanema em trajes "condizentes" com a manifestação. Recordo ainda que a organização previa a presença de milhares de participantes. Querem saber o que aconteceu? É melhor recordar a notícia.
Acredito que muitos dos que não vivem no Brasil não saberiam desta restrição. Não apenas porque não pensaram nela, mas porque os que eventualmente pensaram não suporiam que, num país onde os desfiles das escolas de samba mostram mais corpos (quase) nus, do que vestidos, a questão do topless não era sequer questão.
Esta questão nada mais me diz do que enquanto espectadora, pois nem sou assídua frequentadora de praias, nem praticante de topless. Mas, mesmo que fosse praticante: estaria a "corromper" a liberdade do outro? Tenho sérias dúvidas! Ainda assim, parece-me que haverá por aqui alguma hipocrisia nesta medida...

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Adopções de animais.

Infelizmente, não pude trazer o meu animal de estimação para o Rio de Janeiro. Foi preciso ser um pouco "egoísta" e escolher o que seria melhor para o animal que tinha em Portugal e que, felizmente, ficou muito bem instalado - e mimado! 
Quem anda pelas ruas da Zona Sul (que conheço melhor do que as demais) sabe que é muito fácil encontrarmos os passeadores profissionais de cães: uns passeiam os seus, outros são pagos para passear os de terceiros. Confesso que me surpreendi positivamente porque acho que a este nível as pessoas demonstram alguma responsabilidade. Por oposição, embora sejam mais comuns os cães de pequeno porte, normalmente não vejo os de maior porte com açaime. Neste caso, uma irresponsabilidade!
Bem, mas o motivo deste post prende-se com as adopções de animais. Toda a gente sabe que o flagelo de abandono de animais é grande, seja em Portugal ou no Brasil. Esse é um aspecto grave das duas sociedades. Contudo, o que tenho visto por cá é a proposta de soluções criativas para a adopção dos bichinhos: aos fins-de-semana e feriados, é muito comum ver feirinhas de adopção, quer junto às saídas de metro, quer na orla das praias, ou até em pequenas praças por onde passe muita gente. Todavia, não se pense que a adopção se pode fazer de ânimo leve: é necessário cumprir um conjunto de requisitos para que os animais não tenham de passar pelo mesmo processo que os levou até este ponto, o do abandono. Embora reconheça que as condições de adopção não agradam a todos, a verdade é que tenho visto que a iniciativa faz sucesso.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Crime stoppers.

Antes de chegar ao Rio, a maior proximidade que tive com uma arma foi a distância que me separava de uma tv ou da tela de cinema. Embora por aqui não me depare com armas espalhadas pela rua, o que é certo é que se vê muito e mais vezes armamento "bélico pesado" nas mãos da polícia ou militares com quem me cruzo nas ruas. É igualmente certo que a exposição a cenas de crime é muito mais imediata do que alguma vez foi na minha vida: não faltam artigos na imprensa com corpos baleados e cheios de sangue para o comum dos mortais poder "apreciar". Contudo, pode afirmar-se que não é sequer comparável a dimensão da cidade do Rio com qualquer cidade Portuguesa: os 10 milhões de habitantes que temos em Portugal cabem todos no Estado do Rio! Apesar dos elevados índices de criminalidade da cidade, estou de acordo com a excessiva exposição a imagens chocantes do crime? Não!
Além do referido anteriormente, quando cá cheguei fui igualmente despertada para o "Disque-Denúncia": basicamente, trata-se de um mecanismo criado na década de 90, destinado a receber informações anónimas da população sobre actividades criminosas, baseando-se na experiência internacional do "Crime Stoppers". A quem ajudar a capturar o criminoso A ou B é dada uma recompensa monetária e a garantia de total e absoluto sigilo. Para quem tiver curiosidade sobre o projecto que agora faz 20 anos, sugiro que passem na respectiva página, aqui.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Moda canina.

Há quem diga que em Copacabana se pode encontrar "tudo", incluindo figuras estranhas.
(peço desculpa pela foto não ser de boa qualidade).
É certo também que por aqui se encontram muitas pessoas que gostam de passear os seus cães e, não raramente, também aproveitam para uma mini conferência inter-canina. 
Um aspecto que considero interessante é que as pessoas - mesmo não estando a passear os seus cães - não se coíbem de elogiar e de fazer umas festinhas aos exemplares que vão vendo.
No entanto, quando cá cheguei desconhecia que a moda canina é "levada a sério": mochilas, sapatinhos, lacinhos, vestidinhos, fatinhos são "apenas" detalhes :)

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

É tudo uma questão de carne.

Carne ou... frango?

A questão surgiu por acaso e pouco tempo depois de chegar ao Rio. Estávamos a ver um programa de culinária na TV e, de repente, alguém diz que estava indeciso entre fazer um prato de carne ou de frango. Óbvio: "reis" de toda a verdade que éramos, crucificámos mentalmente a criatura que proferiu tal "blasfémia".
Entretanto, o tempo passou até que um belo dia percebemos que os "errados" éramos nós: aqui faz-se a distinção entre carne (porco, vaca e afins) e... frango (na verdade, deveria dizer-se antes "aves", mas a maioria das pessoas refere "frango", por oposição à carne).

Vivendo e aprendendo :)

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Extensão "garantida". Ou talvez não.

Confesso que estava mal habituada (só pode).
No entanto, eu ainda me consigo surpreender com estas "pérolas": numa determinada loja bem conhecida aqui do burgo, a funcionária explicava as opções de extensão de garantia de um pequeno produto eléctrico:
- [Empregada] Por mais 5 reais estende a garantia por 1 ano e por mais 10 estende por dois. Vale a pena estender por um ano porque, em caso de avaria, é dado um novo produto. Não costumo sugerir a extensão por 2 anos porque normalmente o produto não dura até lá.
- [Cliente] ...

E assim se consegue deixar um cliente sem palavras.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Insólitos religiosos.

Algumas vezes, em conversa sobre Portugal, uma das curiosidades passa por saber se somos católicos fervorosos. A pergunta era-me feita há uns anos, mas mantém-se actual. Não sei se somos muito ou pouco praticantes, ou muito ou pouco fervorosos, mas a verdade é que somos, comparativamente com alguns Brasileiros, mais recatados na nossa expressão de Fé religiosa. Na verdade, o que acontece aqui é que a diversidade religiosa é tão grande que a sua expressão também teria de ser diferente, não é mesmo? 
Ou são conversas na fila de supermercado que abordam linhas da Bíblia, ou são os apelos à frequência das diversas Igrejas existentes, ou são as anotações de "Jesus Cristo é Amor" nos recibos de compra, veículos e afins, ou são os cânticos religiosos como som ambiente nas lojas, etc., etc. Não faltam exemplos! O último: um empregado de restaurante servir os clientes e entoar cânticos religiosos e o Pai Nosso. 

Bem, pelo menos têm sido episódios alegres :)

domingo, 16 de agosto de 2015

Contas são contas!

Em qualquer parte do mundo é necessário ter atenção ao que nos rodeia.
No Brasil, as idas ao supermercado são momentos em que a atenção não pode faltar! Quem utiliza os cartões de fidelização das várias marcas sabe que muitas vezes os preços que estão marcados nas diferentes prateleiras não são os que deveriam ser cobrados aos clientes "fiéis": não raras vezes, os descontos são apenas anunciados nos encartes à entrada da loja e actualizados no final da compra, no caixa. Ora, o problema é que não raras vezes o sistema "esquece-se" de actualizar os preços no final da compra. Outra situação que já me aconteceu foi levar um produto com determinado preço e na altura do pagamento o sistema não actualizar.
Podem imaginar a quantidade de vezes que já me rogaram pragas porque estava a fazer perguntas demais ou a exigir que o supervisor fosse confirmar o preço real do produto? Pois: muitas :)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

As cores!

Lembro-me dos primeiros dias no Rio como se fosse hoje: entrava nas lojas ou feiras e era vê-las cheias de cor e padrões diferentes daqueles a que estava habituada. Dizia-me muitas vezes: mas aqui não há produtos de uma só cor? Hoje sei que estas experiências e  vivências se entranham de forma decisiva na nossa pele e nos nossos hábitos diários. Seria estranho se isso não acontecesse, não é mesmo? O engraçado é que estas cores e misturas tropicais passaram a fazer parte da minha vida fora do Brasil. Agora, quando entro em algumas passo por algumas lojas mais "clássicas" em Portugal não deixo de sorrir e de fazer a análise inversa: faltam aqui cores e padrões tropicais :)
Boa semana!
Colares na Feira Hippie (Ipanema)
(crédito da foto ANFS).
Artesanato na Feira Hippie (Ipanema)
(crédito da foto ANFS).
Loja de tecidos, no Centro do Rio
(crédito da foto ANFS).


quarta-feira, 29 de julho de 2015

Por as mãos na jaca!

Há uns dias falávamos de como as incursões pelo desconhecido das ruas nos podem trazer novos cheiros e sabores. Ora, foi numa destas experiências que "conheci" a jaca. Trata-se de um fruto que não existe em Portugal e que, no caso do Rio, é comum vermos mais na altura do Verão (daqui). Não sei se existem ou não mais tipos, mas conheço a jaca "dura" e a mole. Não gosto da mole, mas, para mim, a dura é uma delícia: quer ao nível do sabor, quer do odor que liberta.
Contudo, se se comprar uma jaca inteira (é um verdadeiro "bicho", semelhante a abóboras de médio porte), temos de pensar que será necessário "amanhá-la". Mais simples e bastante comum - se não se quiser ter o trabalho - é comprar já "limpa". Um dia resolvi fazer o teste de a limpar e posso dizer que sobrevivi!
Dado que a fruta é muito pegajosa, há que ter alguns cuidados. Eu optei por usar luvas que tinha em casa e untei-as com azeite, para não grudarem - isto depois de cortar o "rabo" da fruta.
Untar as mãos ou usar luvas - mas untar sempre com azeite ou óleo.
Cortar o "rabo" e depois abrir a jaca com uma faca.
Abrir a jaca ao meio com a ajuda de uma faca, também ela bem untada.
Começar a desgrudar os vários pedaços: os que interessam e os que não.
Os pedaços separados para a bacia verde são os comestíveis. A fruta possui um caroço.
Trabalho concluído!
Há quem utilize a jaca cozinhada em subsituição de frango, por exemplo. Há também a possibilidade de se fazer compota (geleia), mas nunca tentei.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Frutas, legumes e experiências várias.

Quem me conhece sabe o quanto gosto de experimentar espaços e comidas novas.
Lembro-me de ter chegado ao Rio e começar a explorar as ruas de Copacabana. Como também é sabido, tenho um péssimo sentido de orientação geográfica (ou um óptimo sentido de desorientação. É escolher!), o que me leva a sítios engraçados mas que ficam efemeramente na memória, porque não consigo facilmente reter a localização. Num desses dias de "perdição" descobri as "feiras livres", de que já falei anteriormente. Já descobri igualmente outros espaços interessantes e, com o tempo, fui arranjando forma de não lhes perder o rasto.
Jaca, ainda não "amanhada"
(crédito da foto: ANFS).
Ora, cada vez que podia (e posso!), tentava trazer um produto novo para experimentar. Confesso que sou adepta de frutas e que foi nesse âmbito que fiz as primeiras experiências: fruta do conde, seriguela, jabuticaba, fruta de pão, goiaba, jaca, atemoya.
No caso dos legumes, comecei por achar estranho aquele produto que via a ser cozinhado numa panela improvisada feita com cocos verdes: era aipim! Antes de ser frito, tem de ser cozinhado. Em Portugal nós também vemos o aipim à venda, só que este é maioritariamente conhecido por outro nome: mandioca. A primeira vez que comi aipim fiquei imediatamente fã (frito, a acompanhar arroz, feijão e picanha).

Mandioquinha ou batata barôa
(crédito da foto: internet).
A par do aipim, a mandioquinha ou batata baroa, como também é conhecida, é outro dos legumes de que gosto particularmente: trata-se de uma espécie de cenoura, mas de cor branca. Já comi em puré e salgadinhos e em ambos os casos gostei bastante.

Resumindo, ir às compras de frutas e legumes pode ser uma atividade bem interessante, sobretudo para quem, como eu, gosta de fazer experiências: pode sempre trazer-se uma unidade para experimentar e, caso não se goste, não se repete. É possível – e talvez mais fácil – fazer estas experiências nas idas aos supermercados!

Frequentemente Mr. Google dá a resposta às minhas perguntas: como é que isto se come?

quinta-feira, 23 de julho de 2015

CPF e suas utilizações.

O CPF é um número/documento fundamental para quem está no Brasil: dele dependemos para obter um cartão de telefone, registos nos supermercados (para obtenção de descontos), criação de contas bancárias, etc. Diria que é mais utilizado que o próprio RNE (identificação de estrangeiros no Brasil), pois é mais solicitado. Também é verdade que sem o dito RNE não é possível abrir uma conta bancária ou realizar outro tipo de operações mais "exigentes". Adiante.
Comparativamente, em Portugal tem-se o NIF. Aqui, CPF é o um banco de dados gerido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e que armazena informações de contribuintes obrigados à inscrição no CPF ou de cidadãos que se inscreveram voluntariamente.
Frente e verso do CPF
(crédito da foto: site do Ministério da Fazenda)

É muito simples obter um CPF. Recomendo que dêem uma vista de olhos no link que aqui deixo, pois as indicações estão todas lá. Já sabem: se vêm para o Brasil, por muito ou pouco tempo, tratem de fazer o CPF para poderem usufruir de algumas vantagens. Não é necessário andarem com o cartão de CPF sempre convosco (na verdade, não passa de uma fotocópia que depois é recomendável plastificar). O que é imprescindível é que tenham o número presente para quando for necessário.



segunda-feira, 20 de julho de 2015

Andar de transporte público no Rio de Janeiro: o metrô.

Já aqui falei do ônibus, mas também da minha preferência pelo metrô. Apesar de nem tudo ser perfeito, andar de metrô é muito cómodo, embora reconheça que não é um meio de transporte acessível a todos, quer por causa do valor que se paga, quer por causa da dimensão da linhas. Por um lado, a rede de metrô do Rio de Janeiro tem apenas duas linhas em funcionamento: a linha 1, que liga a estação de General Osório (Ipanema) à de Uruguai (Tijuca), a 2 liga a estação de Botafogo (Botafogo) à da Pavuna (Pavuna), a 3 - supõe-se que ligará Nitéroi a São Gonçalo (esta linha ainda não saiu do papel) e a 4 (em construção), que ligará a estação do Jardim Oceânico (Barra da Tijuca) à da Nossa Senhora da Paz (Ipanema). Ao fim-de-semana e feriados, todos os passageiros que desejem viajar para o sentido Pavuna deverão fazer transferência na estação Estácio. Se viajam da Pavuna para a zona sul também terão de fazer a transferência na estação Estácio.
Estação de metrô "Siqueira Campos"
(crédito da foto: ANFS).
No site da "Metrô Rio" há a possibilidade de cada passageiro planear antecipadamente a sua viagem. Contudo, se preferir, pode usar outros recursos como o Google Maps, o qie lhes permitirá avaliar outras opções de transporte complementar.
Para quem tem bicicleta - própria ou das "laranjinhas" do Itaú - ou prancha de surf, saiba que também as pode transportar no metrô, mas há algumas regras que devem conhecer.
O preço de cada bilhete de metrô é de 3,70 brl e cada pessoa pode fazer a recarga do seu cartão pré-pago nos equipamentos disponíveis e que normalmente não ficam muito distantes das bilheteiras. A par das duas linhas de metrô, que ligam a zona sul à zona norte e vice-versa, existem ainda 13 pontos de integração com o ônibus, de modo a que os passageiros possam chegar onde o metrô ainda não é disponibilizado. Existe ainda o metrô na superfície, embora neste caso apenas alguns bairros da zona sul estejam abrangidos.

Espero que tenha ajudado e que possam viajar e visitar o Rio de Janeiro de uma forma cómoda e prática!


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Fenómeno...

Seja Verão ou Inverno, a verdade é que as temperaturas no Rio de Janeiro são habitualmente agradáveis. Obviamente que há dias amenos e depois há os dias que podem ser de verdadeiro inferno. Aliás, quem esteve no Rio nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2015 sabe bem do que falo: várias vezes a sensação térmica ficou bem perto de 50º!
Bom, mas, independentemente das temperaturas oscilarem muito ou pouco, há detalhes aos quais não estava habituada. Não sabia, por exemplo, que os AC (ar condicionado) estão preparados apenas para o calor. No entanto, o que considero mais absurdo é o fato de em muitos locais (lojas, ônibus, metrô ou em muitos locais de trabalho) o AC estar definido para temperaturas absolutamente gélidas: estão a imaginar um calor dos diabos no exterior e entrarem num dos espaços mencionados e terem de vestir casaco? Ou ainda: passarem à frente de uma superfície comercial de rua e sentirem o "bafo gélido" que bem do interior? Ou ainda estarem no local de trabalho e terem de manterem vestido o casaco porque não se quer baixar o AC? Pois bem: acontece e muito frequentemente!

Por isso: considerem-se prevenidos :)

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Cartões bancários internacionais.

Algo que me fez alguma confusão quando cheguei ao Rio, foi o fato de, sempre que ia pagar algo com cartão, me perguntarem: "débito ou crédito?". Na verdade, em Portugal, como sabemos, a pergunta até pode ser feita, mas certamente que não muitas vezes: os cartões de débito e de crédito são distintos entre si e as máquinas de pagamento também o são (por norma). Aqui o cartão de crédito e débito podem ter a mesma aparência (letras mais salientes nem sempre significam que o cartão é de crédito, como estaríamos habituados) e a máquina é a mesma: o operador tem apenas de fazer a seleção do tipo de pagamento referido pelo cliente.
Cuidado no uso dos cartões
(Crédito da foto: desconhecido).
A par desta pequena diferença, há uma outra com influência mais negativa no dia-a-dia de quem cá chega: na maior parte dos países europeus é possível efetuar levantamentos de dinheiro em qualquer caixa de multibanco (salvo raras excepções). No caso do Brasil - e apesar da diversidade de instituições bancárias existentes -, isso não acontece: às vezes é necessário percorrer várias agências para poder levantar dinheiro com cartões internacionais. Depois há ainda os limites de levantamentos diários: já consegui levantar 1200 BRL, mas nem sempre isso é possível em todas as caixas e muito menos de uma só vez. Pode acontecer ainda que alguns cartões não funcionem: MasterCard e AmericanExpress podem não ser aceites em todos os locais!
Outro assunto que considero crítico é a clonagem de cartões bancários internacionais (essencialmente): rara é a semana em que não oiço uma história de um estrangeiro (portugueses, franceses, espanhóis, entre outros) com o cartão de crédito ou de débito clonados. Muita atenção: há casos de clonagem que aconteceram inclusive em agências bancárias, durante um simples levantamento de dinheiro. Por isso, todo o cuidado é pouco!
A minha humilde recomendação é que se tenham pelo menos dois cartões de instituições bancárias distintas (mesmo que não sejam brasileiras!), que se faça a conferência regular dos extratos, que se conservem os recibos de compras e, em caso de deteção de fraude, que se alerte imediato a vossa instituição bancária - normalmente o dinheiro é devolvido sem problemas! No entanto, não deixem de seguir as recomendações dos especialistas.
Como conseguimos superar a saga de abrir uma conta num banco brasileiro, por norma aqui em casa efetuamos os pagamentos de compras com o cartão associado a essa conta. Apenas em casos muito esporádicos utilizamos os cartões estrangeiros: não apenas por causa do risco de clonagem, mas por causa da exorbitância das taxas cobradas! Ah, a propósito: se estiver como residente no Brasil, saiba que há instituições portuguesas com uma espécie de “conta emigrante” e que vos permitem utilizar os seus cartões, no Brasil, sem pagamento de qualquer taxa – quer de levantamento, quer de pagamento. Informem-se.

Espero ter sido útil com estas informações!

domingo, 12 de julho de 2015

Trilhas: aproveitando as maravilhas da paisagem carioca (e não só).

Se me dissessem que um dia incluiria nos meus hobbies, fazer trilhas (descobrir novos caminhos dentro e fora da cidade, explorar montanhas e/ou passar a noite no meio da mata), diria que alguém estaria a fazer um filme demasiado otimista. Primeiro porque apesar de gostar de Natureza, não tinha por hábito fazer abordagens mais aproximadas (you know what I mean), depois porque não fazia qualquer atividade física relevante. Bem, mas é por estas e por outras que o ditado "nunca digas nunca" passou a fazer outro sentido. A cidade e a a sua geografia sui generis permitem-nos aventuras, quer no meio do mato, quer no meio de monumentos e prédios.

Uma das indicações na trilha do Parque da Catacumba
(Crédito da foto: ANFS).
Quem chega ao Rio e por aqui fica algum tempo, sabe que facilmente é convocado para fazer explorações da Natureza. Uns preferem explorar a Natureza das praias, outros a Natureza verde e os caminhos que podem ser mais ou menos sinuosos, outros, a cidade em si. É verdade que não sou uma expert de trilhas (muito longe disso!), mas aconselho a quem cá chega que experimente. Há diversas e muitas delas com grau de dificuldade reduzido, o que será perfeito para quem tem uma vida mais sedentária ou que simplesmente não está para começar com um desafio ao estilo Hércules.

Não faltam grupos no facebook ou fora dele que organizam várias trilhas na cidade e fora dela: existe este, este ou este. Seguramente que muitos outros existirão. Acho positivas as recomendações e caraterização que se fazem dos percursos, de modo a que o "trilheiro" possa ter uma ideia daquilo com que poderá contar. Normalmente tenho optado por fazer as trilhas com amigos e sem guia, mas tenho a sorte de um ou outro já ter feito o percurso ou de serem trilhas pequenas.
Quanto a mim, tenho vindo a fazer intervalos entre a exploração citadina e da natureza verde, preparando-me para testar os dotes também em Portugal, embora com uma certeza: tenho mais subidas e descidas do que aqui!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Burle-Marx: diz-lhe alguma coisa?

Praça do Rossio, Lisboa, Portugal: calçada com traçado que simboliza o encontro do Rio Tejo com o Mar.

Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil: calçada semelhante, mas a simbolizar as ondas do Mar ("Mar largo", nome atribuído pelo prefeito Paulo de Fontin), numa tentativa de homenagear os colonizadores Portugueses.

Calçadão de Ipanema e Leblon
(Crédito da foto: ANFS).
Calçadão de Copacabana
(Crédito da foto: ANFS).



















De fato, além da língua Portuguesa, há muitos elementos que unem Portugal e o Brasil. As famosas pedras portuguesas presentes em várias calçadas no Rio de Janeiro (e não só!), perfazem atualmente 1,218 milhões de metros. Apenas um calçadão repetiu o de Copacabana: o da Praia de São Conrado. Em Ipanema e Leblon, o desenho foi criado há cerca de cinco décadas. Nos praias da Zona Oeste (Barra da Tijuca, Recreio e Macumba), a ideia foi bem diferente: em vez de ondas ou formas geométricas, foi escolhido, no fim dos anos 1980, um traçado em forma de peixes.

No fim dos anos 1960, a Avenida Atlântica passou por uma última "revitalização". Roberto Burle Marx, filho de uma recifense e de um judeu alemão, foi chamado para modernizar a calçada, que triplicou de tamanho após a intervenção urbanística e foi redesenhada. Se antes o formato das ondas ficava perpendicular à praia, com a reforma ele passou a ficar paralelo.
A propósito da comemoração dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro e do reconhecimento da importância das pedras portuguesas na fisionomia arquitetónica da cidade, acontece a exposição "Tatuagens Urbanas e o Imaginário Carioca", de 12 de Junho a 1 de Agosto de 2015. O local da exposição é o Museu Histórico Nacional, na Praça Marechal Âncora, S/N - Centro (RJ). Para mais detalhes, aconselha-se à consulta do site do museu: www.museuhistoriconacional.com.br

E você: também pensava que os desenhos dos calçadões do Rio de Janeiro eram todos iguais?

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Um problema chamado cebola. Ou alho.

Uma ida ao supermercado pode ser um verdadeiro suplício. Sim: o inferno, não raras vezes. 
A nossa mente tem se preparar para ser levada pelo susto: ora é por causa dos preços que não param de subir, ora é porque as arcas estão descongeladas, ora é porque alguém resolveu incomodar-se por qualquer motivo e desatou a insultar o outro cliente na fila, ora é porque o produtos da arcas congeladoras estão descongelados e cheiram a podre (sim, conhecimento de causa falando!), ora é porque pegamos um produto que, à semelhança dos demais, já se encontra aberto, ora é porque as pessoas não têm a mínima noção de civismo e deixam as suas carnes congeladas junto às caixas de pagamento (escusado será dizer que a carne descongela até que seja novamente recolhida e vai novamente congelar!). Enfim, é certo que há locais onde chegamos ao cúmulo de encontrar estas situações todas ao mesmo tempo. Felizmente, também os há onde as coisas correm bem (não deveria correr sempre?): os funcionários estão constantemente a verificar se as frutas e os legumes estão em bom estado, se os há que não estejam, são retirados; os clientes são cumprimentados à chegada e à saída; há filas para clientes prioritários e estas são respeitadas; não há congelados (o que faz com que também não haja risco de encontrar produtos que foram congelados e depois descongelados); o cliente é ajudado a ensacar os seus produtos. Enfim, como em todo lado: nem tudo corre sempre bem, mas muitas vezes corre demasiado mal!
Ultimamente, porém, algo que tem causado imensa perturbação por estas bandas é o elevado preço da cebola e do alho, dois dos ingredientes mais presentes e indispensáveis na cozinha tradicional brasileira. É certo que, à semelhança do que acontece com a batata ou com o tomate, por exemplo, os preços dos produtos hortícolas oscilam muito de uma semana para a outra - numa semana estão a 6 reais, na seguinte podem estar a 4 ou a 3 ou encarecem na mesma proporção. Portanto: nada de estranho. Mas, o que tem acontecido com a cebola e o alho é algo que realmente tem perturbado: cebola que não varia muito dos 9 reais e alho, bem, esse, é melhor verem com os vossos olhos. Poderíamos justificar "apenas" com a questão da época da safra, mas suponho que estas questões terão um significado bem mais delicado que esse!
Preços desta semana (não foram os mais caros que vi: noutro local, os mesmos produtos a 9,99 e 19,90 reais, respetivamente).
(Crédito da foto: site do supermercado Pão-de-Açúcar).

Convém relembrar um detalhe muito importante: o salário mínimo é de cerca de 800 reais (bem menos de 300 euros!!!). Vale a pena dizer algo mais? Continuo a ser uma pessoa com fé na Humanidade, mas às vezes fica meio difícil!

domingo, 5 de julho de 2015

Momento de exploração: Biblioteca Nacional.

O prometido é devido e por isso cá vai o meu pequeno contributo sobre um dos locais que visitei e de que gostei bastante.
Andava a adiar a visita há largos meses. No entanto, um dia e a pretexto de tratar de outro assunto no centro da cidade resolvi entrar para visitar a Biblioteca Nacional. Afinal, não é a toda a hora que podemos visitar uma "jovem" biblioteca com mais de 200 anos!
No exterior, os tapumes e as telas de proteção não enganam: as obras de requalificação do edifício mantêm-se - diria que desde que cá cheguei que os vejo por lá. Contudo, não quero ser injusta e prefiro dizer que não procurei saber há quantos meses (anos?) o edifício se encontra em obras.
Sejam bem-vindos ao magnífico edifício da Biblioteca Nacional do RJ
(Crédito da foto: ANFS).
A parte interior do edifício é verdadeiramente magnífica e imponente. Para que saibam, o espaço, considerado Património Mundial da Unesco, é considerado uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, e a maior da América Latina. Existem vários espaços reservados apenas a investigadores e/ou estudantes e onde é totalmente interdito tirar fotos (entrar em alguns destes é possível, mas apenas para ter uma ideia do que ali é feito). É igualmente possível subir até ao terceiro piso, mas não se pode passsar dali. No dia em que visitei o espaço, havia apenas uma exposição, no piso térreo. Todo o restante espaço visível apenas pode ser contemplado com os olhos e com a alma: que beleza!

Não esqueçam de levar identificação e o passaporte "Museus cariocas", caso possuam.

Endereço:  Av. Rio Branco, 219 | Centro | 20040-008 Rio de Janeiro - RJ
Horário de funcionamento: 2.ªfeira a 6.ªfeira, das 9h às 17h; sábados, das 10h30 às 14h.
Telefone: +55 (21) 2220-9484
Website: www.bn.br

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Às vezes dá-se o caso de correr bem!

Quem tem de lidar de forma pessoal e, sobretudo profissional, com assuntos que envolvam o Brasil, esteja ou não no país, já sabe que dificilmente se livra de dores de cabeça: ou são os documentos que se perdem, ou são as informações contraditórias que se prestam, ou são os incumprimentos de prazos, ou são os impostos absurdamente elevados, ou são as burocracias totalmente desfasadas da realidade, ou são os problemas de última hora. Enfim, não faltam elementos para provocar cabelos brancos ao mais calmo dos seres. Alguns dos problemas enumerados são sobejamente conhecidos e a minha opinião baseia-se sobretudo em fatos (vividos, na maioria dos casos!). Não vou sequer falar nas vezes em que, quando "tudo" corre mal, há quem não hesite em culpabilizar a herança portuguesa pelo sucedido. Enfim, dois anos de vida por estas bandas e se não nos habituamos, pelo menos criamos anti-corpos! 
Não sei se desagrava a situação, mas já várias vezes ouvi alguns Cariocas - e não só! - dizerem que a situação do Rio de Janeiro é peculiar e não tão visível noutras cidades. Não sei, há detalhes que me parecem mais do que meros regionalismos, conforme comprovam artigos como aquele que mencionei anteriormente.
Bem, no entanto também há alturas em que as coisas correm bem (devia ser sempre assim, mas acredito que nem no país mais "certinho" do Mundo isso acontecerá). Correm tão bem que há uma pergunta que não sai da cabeça: aconteceu mesmo?  Felizmente tenho alguns bons exemplos de assuntos que resolvi bem e com o apoio de pessoas competentes. Mais recentemente precisei de encontrar alguns livros que estavam esgotados quer em Portugal, quer (aparentemente) no Brasil. Depois de verificar em várias livrarias e depois de várias "negas" fui, já em modo desesperançado, a um local que pensava apenas existir em São Paulo. Lá, depois de expor o meu problema, proativamente disseram-me: "não temos o que procura no Estado do Rio, mas temos noutros Estados e podemos mandar vir para você". Sorri, respondi que sim, que aceitava e foram-me ditas as condições: pagamento antecipado do material e, se desejasse, ser-me-ia enviada uma sms ou um e-mail dentro de uma semana, altura em que a encomenda chegaria. Entretanto, o e-mail chegou e, confesso a minha desconfiança, lá fui à livraria com receio de problemas diversos. Pois bem, quem se enganou fui eu: tudo certo e sem qualquer erro! O nome deste local é: Livraria Cultura, no centro da cidade do Rio. Trata-se de um agradável edifício que resultou da revitalização do cinema Vitória. O espaço é muito agradável e vale a pena a visita, não apenas para conhecer as novidades relativas a livros, música, jogos e afins, mas também para tomar um café ou um lanche. A par disso, é ainda uma excelente oportunidade para visitar outros espaços no centro da cidade!
Livraria Cultura, no Centro do RJ.
(Crédito da foto: ANFS)

Para quem tiver curiosidade:

Endereço: Rua Senador Dantas, 45 | Centro - 20031-202 RJ
Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 9h às 21h; feriados: das 13h às 19h; dia 9 de julho (revolução Constitucionalista): das 9h às 21h.
Telefone: +55 21 3916-2600
Site: www.livrariacultura.com.br

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Obrigada!

Menos de dois meses de existência e este blog regista visitas de países dos 5 continentes!
Muito obrigada a todos os que por aqui passam!

terça-feira, 30 de junho de 2015

Cuidado com a língua!

Desengane-se quem vem para o Brasil e pensa que o país "apenas" tem sol e praia, que todas as moças são donas de um corpo escultural, que as pessoas são sempre simpáticas, que os brasileiros fazem muitas dietas, que todas as casas são magnificamente semelhantes às das telenovelas, que não há estigmas relativamente à religião. Enfim, uma série de a priori que têm necessariamente de ser revistos, sob pena de uma grande desilusão acontecer. Ora, pensar que a língua que Portugueses e Brasileiros falam é muitíssimo semelhante e que toda a gente entende o português de Portugal também são outras questões míticas.

Apesar de falarmos a "mesma" língua, há que ter em conta que o vocabulário diverge. E bastante. Por exemplo, há diversas regiões do país onde "rapariga" tem um sentido pejorativo ou dá-se também o caso de um termo como "cara" (em português de Portugal) não significar exactamente o que nós Portugueses pensaríamos. Já consegui rir das minhas "gralhas", mas também já fiquei desconfortável com a reação do meu interlocutor. Por esta razão decidi criar na página do facebook que acompanha este blog, a ‎rubrica "Cantinho das diferenças". Passem por lá: facebook da "Work & Stuff". Visitem!

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Momentos de exploração.

Crédito da foto: ultradownloads.com.br
Depois de pensar no assunto, entendi que, a par das minhas impressões sobre como é viver na cidade do Rio, deveria dar igualmente uma perspetiva sobre os locais que tenho explorado. Tenho-o feito essencialmente locais não tão turísticos quanto aqueles a que a maioria estará habituada. Trilhas, monumentos, espaços exteriores ou interiores: tudo pode voltar a ser argumento para voltar a soltar meia dúzia de palavras. 
Começarei esta semana, sem horários ou datas definidas, "as usual" :)